Suicídio - pela própria vontade encerrar o funcionamento do corpo biológico - é um tema que gera uma
quantidade enorme e desnecessária de polêmicas nesse estranho mundo. Vindo
principalmente da parte daqueles pastores, padres e sacerdotes que falam em
nome do Deus cruel que abandonou o próprio filho na cruz, defendem eles que a
vida é sagrada e que por isso por fim a ela pelas próprias mãos é o mais abominável
dos crimes, passiveis das mais sádicas e dolorosas punições após a morte.
Eles mentem! Mentem quanto à
sacralidade da vida e mentem quando dizem que a morte é contra a vida. A morte
não é uma oposição a vida, mas sim uma simples conseqüência do nascimento. Tudo
que nasce, por ter nascido, um dia irá morrer. Esse é o destino de todos os
corpos das muitas formas de vida deste mundo e de muitos outros mundos que
observamos aqui no Limiar.
Da mesma forma, tudo que foi
criado um dia terá seu fim, esse é o destino de todas as almas. Não acreditem
que vocês serão eternos. Seus espíritos existirão de fato por muito mais tempo
que os muitos corpos que vocês ocuparão ao longo de suas muitas experiências em
diversos mundos, mas suas almas, como tudo que é co-criação no universo
(incluindo nós, daemons) também têm um limite de existência e um dia todos nós
encontraremos nosso fim definitivo. Isso não é bom ou ruim, é simplesmente a
forma como as coisas acontecem.
Mas não é desse fim último, da
extinção completa e definitiva de cada alma, que falaremos aqui. Isso é algo
ainda muito distante da compreensão humana. Apesar de vocês terem percebido que
seu microcosmo reflete o macrocosmo, vocês não compreenderam todas as implicações
deste entendimento.
Falemos, portanto, do
encerramento voluntário do funcionamento do próprio corpo nesse planeta,
devolvendo a liberdade à alma ligada a ele. Tal ação é condenada até fora dos meios
espiritualistas da sociedade humana, exceção feita a um pequeno e sofisticado
país deste mundo, que legalizou tal pratica e ainda disponibiliza os recursos
necessários para sua realização bem sucedida do suicídio.
Fato simples: a morte assusta a
maioria das pessoas. Mesmo os ratos de igrejas e templos, de joelhos
desgastados de tantos anos de rezas e orações, crentes na sobrevivência da alma
após a morte do corpo, e até aqueles que fazem da pratica da comunicação com os
espíritos desencarnados sua religião, temem a morte!
Pessoas vivendo momentos de
sofrimentos atrozes provocados por um corpo que não suporta mais continuar
vivendo, mesmo essas lutam com todos os seus recursos por mais algum tempo de
vida!
Os carregados de culpas e medos
por não se portarem de acordo com os falsos ensinamentos das varias religiões e
filosofias deste planeta também temem morrer pela estranha idéia de que terão
que “pagar por seus pecados” nas mais variadas formas de sofrimento no além túmulo!
E o materialista convicto quer viver muito, pela certeza de que tudo se
extinguirá na sua morte.
Com tantas mentiras sobre a morte
e o morrer pelas próprias mãos, é quase regra nessa humanidade estúpida que os
que se matam o fazem por puro desespero. Os que se matam em tal situação,
obviamente, se encontrarão numa condição pior que a anterior, uma vez que o
simples ato de morrer não irá resolver a causa de seu desespero e ainda vai acrescentar
as dificuldades inerentes a toda mudança de ambiente, sem falar em outros
agravantes, já que a pessoa estará numa mesologia onde seus medos e culpas
ganharão forma e avançarão sobre ela.
Daí não ser surpresa os muitos
relatos desaconselhando o suicídio, trazidos a esse planeta por várias pessoas
que puseram fim a suas próprias vidas em condições muito desfavoráveis.
Ironicamente, para morrer bem,
seja de forma natural ou por esforço próprio, é preciso estar bem. Dizemos “ironicamente”
porque o fato da pessoa estar bem não se coaduna com o desejo de morrer, ao
menos não para a maioria das pessoas. São pessoas presas ao seu desejo de viver
e estar preso, obviamente, é não estar livre. Não é para essas pessoas que
falamos aqui.
Queremos falar para aquela
minoria que deseja aproveitar bem a vida enquanto estiverem nesse mundo e que
desejam poder partir de uma forma tranqüila, num bom momento, para poderem
chegar ao plano das almas de uma forma serena e poderem aproveitar tudo que ali
lhes será oferecido.
Para tal ser possível, vocês
poucos, que se enquadram nesse perfil, não podem contar somente com a boa
vontade da Natureza para lhes garantir uma partida tranqüila num bom momento. Que
isso ocorra algumas vezes com algumas pessoas é fato, mas são exceções. Via de
regra, a Natureza costuma manter a máquina biológica funcionando até seus últimos
estertores (uma situação que interessa muito aos Coletores... um dia falaremos
deles para vocês), o que submete a alma, ligada a tal corpo que sofre, a um
grande estresse, um desgaste energético muito grande que torna necessário um
bom tempo de recuperação para tal pessoa no Limiar, sem falar no trauma
emocional que isso gera na quase totalidade das vezes, perturbando seriamente o
equilíbrio da pessoa.
Não podendo contar com a
Natureza, só lhes resta contarem com seus próprios recursos. Há grupos nesse
planeta especialistas em buscarem técnicas que possibilitem um desligamento
suave e tranqüilo da máquina biológica, afinal, sua desativação de forma
violenta é mais traumática para alma que a tortura de seu lento consumo por uma
doença grave. É preciso que o desligamento seja sem agressão. Felizmente
existem formas simples de se fazer isso.
A decisão consciente de que o fim
de minha experiência nesse planeta eu é que decidirei já traz uma grande tranqüilidade
à pessoa. Claro, isso para àquelas poucas pessoas capazes de realmente fazerem
isso. Não adianta tentar mentir para si mesmo nesse ponto.
Isso decidido, resta saber quando
será feito. Qual o dia que você escolherá para morrer? Não deve ser uma data
tão próxima, a menos que você esteja com uma daquelas doenças sem cura ou uma
das muitas doenças psico degenerativas. As
primeiras levam a um finam de muito sofrimento e as outras a uma existência
indigna de um ser humano. Não sendo este seu caso, uma data razoável deve ser
buscada, pois ela colocará as coisas em uma perspectiva interessante para você.
Mas que data seria essa? Como determiná-la? Não deve ser uma data muito
distante, pois além de aumentar a possibilidade de você não chegar até lá, ela
continuará mantendo você alienada da sua própria mortalidade. Uma data muito
próxima pode te colocar num estado de extrema ansiedade, o que vai comprometer
sua qualidade de vida e viver bem, como já dissemos, é condição essencial para morrer
bem e chegar em boas condições no Limiar.
Um exemplo: uma pessoa aos 40
anos. Ela se decida viver mais 20 anos, partindo logo após completar 60 anos.
São valores razoáveis. Com um mínimo de cuidados a pessoa chega aos 60 em
ótimas condições. Com a perspectiva de viver só mais vinte anos, tal pessoa
poderá priorizar de forma eficiente o que desejará realizar nesse tempo. Poderá
deixar de lado as preocupações com os muitos problemas que virão com uma idade
mais avançada. Poderá se dedicar ao que realmente lhe importa. Fará projetos
razoáveis. Poderá descartar sonhos descabidos de sua vida em favor daqueles que
ela poderá realizar de fato. Otimizará seu tempo. Deixará de lado aquelas
picuinhas tão ao gosto da maioria das pessoas a favor dos assuntos que mais lhe
interessam. Essas são algumas das vantagens imediatas de se determinar a data
da própria morte e de como ela será: suave, sem dor, medo ou culpa. Como
recompensa a pessoa que assim se decida encontrará a tão procurada paz de
espírito, além de uma boa dose de felicidade.
Claro que tal proposta é para
poucos, muito poucos. Somente para aqueles que conseguiram escapar das garras
das muitas mentiras contadas pelos lideres espirituais de todas as vertentes
dessa estranha humanidade.
Resta ainda a questão: mas e se a
pessoa morrer antes disso, antes do que ela planejou? Pode acontecer, claro, e
a pessoa tem de estar consciente disso, mas ainda assim a pessoa que determinou
a data da própria morte e a forma como ela se dará, da forma que propomos aqui,
estará vivendo dias muito mais felizes e plenos que aquelas que se deixam levar
pela própria sorte.